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Um livro secular. Em 1885, o jovem José Joaquim de Mendonça, que depois seria meu avô materno, por ser católico fervoroso, comprou os livros Antigo e Novo Testamento. Esses dois volumes eram apenas de gravuras.
Lembro que ainda muito pequeno, durante a Semana Santa, ele reuniu os netos todos sentados no chão da sala da casa onde é hoje a Papelaria Brasília, e ia descrevendo os fatos ocorridos em cada gravura. Naquela época, os católicos não comiam carne durante toda a semana. Não se varia a casa, na sexta feira santa, não se fazia barba e tampouco se cortava o cabelo.
O livro por serem dois volumes, ele usava o primeiro, por tratasse do começo quando Deus criou o mundo, a primeira figura era de Adão e Eva sendo expulso do paraíso. E assim, durante toda a Semana Santa, mantinha todos seus netos informados sobre o que ocorreu na criação do mundo.
Após sua morte, como ele morava conosco, minha mãe guardou com muito carinho os mesmo. Após o falecimento dela, como ela morava com nossa irmã Socorro, esta se encarregou de guardá-los. Com a morte desta, fiquei com esta incumbência, e combinando com a minha irmã que aqui reside, decidi que na próxima oportunidade quando for a Areia Branca, doarei ao Museu Maximo Rebouças.
O que me impressiona neste livro, é que passado 132 anos, as gravuras estão perfeitamente visível, não demonstrando ter tantos anos. E também a explicação deixada do próprio punho por minha saudosa mãe, quando ela diz: RECORDANDO COM SAUDADES OS DIAS FELIZES DA MINHA INFÂNCIA, CONSERVO COMIGO ESTE LIVRO QUE FOI DE MEU PAI. É UMA LEMBRANÇA ETERNAMENTE, DE 1885. ANA MARIA DE MIRANDA. Isto ela escreveu em 1960, conforme podemos observar na foto.
Por ser um livro histórico para a família, não devo arriscar que o mesmo se perca no tempo.