Nascida em 13 de maio de 1717, Maria Teresa Valburga Amália Crstina da Áustria foi a primeira e única mulher a governar sobre os domínios habsbúrgicos. Foi arquiduquesa e soberana da Áustria, Hungria e Boêmia, Croácia, Mântua, Milão, Galícia e Lodomeria, Parma e Países Baixos Austríacos de 1740 até sua morte em 1780. Com o casamento, tornou-se duquesa da Lorena, grã-duquesa da Toscana e imperatriz consorte do Sacro Império Romano-Germânico. 

O reinado de Maria Teresa durou 40 anos, depois da morte de seu pai, Carlos VI, em 1740, vítima de intoxicação por ingestão de cogumelos venenosos. Naquela época havia a Lei Sálica, que impedia que os territórios dos Habsburgos fossem regidos por uma mulher. Que se altere a lei! Carlos VI promulgou a Pragmática Sanção, pela qual o trono poderia passar para sua filha.

Durante seu reinado houve reformas na educação (novo sistema de ensino), na medicina e no judiciário, sendo criado o Codex Theresianus, onde foram definidos os direitos civis na Áustria. Em 1776 ela proibiu que se queimassem mulheres acusadas de bruxaria em fogueira, proibiu a tortura e retirou a pena de morte do Código Penal. Sua decisão de permitir a inoculação de seus filhos após a epidemia de varíola mudou a visão negativa que os médicos austríacos tinham sobre esse procedimento. A campanha de inoculação na Áustria foi inaugurada com um jantar no Palácio de Schöbrunn às primeiras 65 crianças inoculadas, encarregando-se a própria Maria Teresa de receber essas crianças.

O Palácio de Schönbrunn, em Viena, com seus 1440 aposentos, está ligado à dinastia dos Habsburg, que dominou grande parte da Europa durante 600 anos. Conhecido como o Palácio de Versalhes de Viena, é um dos principais monumentos históricos e culturais da Áustria. Após a morte de Maria Teresa, Schöbrunn ficou desocupado até que Napoleão o ocupasse por duas vezes como conquistador: em 1805 e 1809.

O Palácio de Schönbrunn tem uma ligação afetiva com o Brasil. É que nesse palácio viveu a arquiduquesa D. Leopoldina de Habsburgo até 1817, data de seu casamento com o futuro imperador brasileiro Pedro I, quando se tornaria Imperatriz Consorte do Império do Brasil de 1822 até sua morte. Leopoldina era filha do último imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Francisco II. Nascida Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena, ficou conhecida no Brasil como Maria Leopoldina.

Dom Pedro entregou o poder a Leopoldina no dia 13 de agosto de 1822, com poderes legais para governar o país durante sua ausência e partiu para São Paulo. A princesa tomou conhecimento de que Portugal estava preparando ação contra o Brasil e, sem tempo para aguardar o retorno de Pedro e, aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva, assinou o decreto da Independência, declarando o Brasil separado de Portugal.

No ano de 1830 nascia em Schönbrunn o imperador Francisco José que, em 1854, casa-se com a princesa de Wittelsbach, conhecida como Isabel da Baviera, carinhosamente apelidada de Sissi, de apenas 16 anos de idade.

Maria Teresa, uma rainha responsável pelo desenvolvimento da educação, da medicina e do judiciário da Áustria.

Maria Leopoldina, Imperatriz Consorte do Império do Brasil. Assinou o decreto que declarava o Brasil independente de Portugal.

EvaldOOliveira

Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN