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Na pesquisa que fiz para o texto QUANTAS TORRES HÁ EM AREIA BRANCA, há alguns dias, deparei-me com uma série de outras igrejas e capelas da cidade, nos mais distantes distritos, e fiquei surpreso com o resultado final.

São igrejas, como a de Nossa Senhora dos Navegantes, no caminho de Upanema, além de outras menos conhecidas, mais próximas ou mais distantes da cidade.

Igreja Nossa Senhora dos Navegantes – Centro Juvenil Dom Bosco

Capela de Porto do Mangue

Capela de São Cristóvão

Capela da Praia de São José

Igrejinha de Pedrinhas, onde assisti a diversas missas com minha mãe, em pequenas romarias. Havia também a missa de Bagaé

Igrejinha de Barra, uma das minhas melhores lembranças da infância

Igreja matriz de Areia Branca, em bela foto de Lucas Fonseca

Igrejas, capelas, igrejinhas. A fé reunida.

EvaldOOliveira

Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN

Obs.: as fotos das capelas foram reunidas por Chico Brito

Em Areia Branca existe somente a torre da igreja matriz. Porém a torre da igreja de Barra, que se avista do patamar da igreja da Rua da Frente, pode ser incluída nessa conta, o que totalizaria duas em nosso campo de visão. A cidade conta com 24.093 habitantes.

Praga, capital da República Tcheca, é conhecida como a cidade das mil torres. Com mil e cem anos de história, Praga abriga castelos antigos, pontes e torres. Assim, inúmeras torres de igrejas marcam a capital da Repúblicas Tcheca, e até parecem saídas de contos de fada. Com sua aparência medieval, Praga é conhecida pelo romance que emana de suas belas igrejas, de seus castelos, além de sua belíssima arquitetura,. A cidade conta com muitas pontes. Praga tem uma população de um milhão e trezentos mil habitantes.

A palavra Praga parece ter sofrido uma interpretação errônea ou preconceituosa, pois de fato significa umbral na soleira da porta de uma casa. A palavra umbral (práh) deu origem ao belo nome da cidade: Praha

O país integrou a Checoslováquia até sua desintegração, em 1993, desmembrando-se em dois países: um bem maior, a República Tcheca, e a República da Eslováquia, um país de pequenas dimensões, mas belíssimo, cuja capital, Bratislava, é a única cidade do mundo a fazer fronteira com dois países: Áustria e Hungria.

Em visita a Praga, um guia de turismo nos contou uma estória surreal. Um jovem, na tentativa de finalmente esclarecer a questão do número de torres na capital da República Tcheca, resolveu contar todas as torres que fossem identificadas de um local mais alto, onde se postou o rapaz com uma prancheta. E foi contando as torres, iniciando pelo lado direito. Conta essa lenda que, ao chegar à torre de número 400, começou a se sentir confuso, indo e voltando para o local onde havia feito a última coleta dos dados. Desistiu, para manter sua integridade psíquica. 

Em visita a Praga, do alto da rua Namísti FRANZE KAFKY Staré Mésto, onde morou Kafka, pude perceber a complexidade dessa difícil tarefa, ao vislumbrar as torres de longe. 

Areia Branca, uma torre. Praga, número indefinido na paisagem.

EvaldOOliveira

Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN

Quero um canto novo, que traga de volta um passado sem cheiro de naftalina, sem pucumãs se esgueirando pelas cumeeiras, mas com sabor de cocada de rapadura e puxa-puxa. 

Quero um canto novo, que fale de infância, de banho de bica, de mergulhos na maré cheia, com aquele gostinho de pitomba que todos conhecemos, e que encantou a nossa meninice em Areia Branca.

Quero um canto novo, que fale de desencontros, amores perdidos, mas que a alma se eleve à grandeza do ser. 

Quero um canto novo, onde as pessoas encaminhem correios elegantes (hoje seria Whatsapp), como os que aconteciam junto à barraca de Zacarias, e que a resposta venha com um sorriso ou um beijo.

Quero a alegria dos parques de diversão, com o encanto daqueles ao lado do Palacete Municipal, a música rolando livre, as pessoas se confraternizando, trazendo na mão um rolete de cana ou a maçã do amor, ao tempo em que discutiam quem será melhor no tiro ao alvo.

Quero um canto que nos envolva tanto quanto as novenas que antecediam a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, uma chance para que o Zorro nos brindasse com sua presença benfazeja. 

Quero um canto novo, com as badaladas do sino da igreja anunciando mensagens de fé e esperança.

Quero um canto que fale de uma liberdade conquistada, como fazem as areias das dunas, ocupando espaços, momentos e lugares à revelia das normativas formais.

Quero um canto que traga a aura dos manguezais, o encanto das salinas e o sabor quase sonho de um suco de cajá.

Quero um canto novo, com o encantamento das missas dominicais na igreja matriz, com a cobrança da frequência na segunda-feira, no Círculo Operário, no início da aula.

Afinal, um canto novo, cheio de esperança, momentos de luta e transformação, e que nos traga paixão à alma. 

Porque depois da pandemia um mundo novo nos espreita, seletivo e exigente.

EvaldOOliveira

Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN

“[…] Eu sei que você já viu um pé de goiaba, um pé de laranja e um pé de manga. Pode até ter plantado algum no quintal da sua casa […] Mas suponho que você nunca viu um pé de saudade. […]”

O trecho acima está no livro “PORTO FRANCO”, a mais recente obra do escritor areia-branquense Chico de Neco Carteiro, a quem, no meio literário, insistem em chamar de Francisco Rodrigues da Costa. Porto Franco é o retorno de Chico ao seu memorialismo apaixonado e puro, carregado de saudade, após ter ele se enveredado em dois romances: Perdão e Guanabara. Quando muitos pensavam que se haviam esgotados todos os dizeres do memorialismo areia-branquense, mais uma vez com o selo da Editora Sarau das Letras, o escritor reaparece com suas crônicas encantadoras, falando sobre o antigo porto que marcou época na região da Costa Branca. O lançamento ainda não tem data definida. Mas, quando chegar a hora, vale a pena conferir.

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Abaixo, recortes da crônica “A Igrejinha da Barra”, de Porto Franco.

A IGREJINHA DA BARRA

Do patamar da nossa igreja matriz em Areia Branca, avistava-se, no outro lado da maré, uma capelinha branca. Um belo quadro. Mas, para que os areia-branquenses desfrutassem dessa paisagem, foi preciso a iniciativa de Chico Amâncio, morador da Barra. Ele podou uma área do manguezal que encobria a capelinha. […]

[…]

Dia desses eu estava em Areia Branca. Um sábado. Tomei conhecimento que o meu amigo Dom Marcelo iria cantar a Ave-Maria de Schubert num programa musical intitulado: Projeto “Pôr do Sol”. Justamente na hora em que a Estrela-mor nos abandona e vai iluminar a outra parte da Terra.
Fui prestigiar o filho de Manoel de Marina. Cheguei cedo, antecipando-me ao salmista oficial da paróquia, nomeado pelo padre César.
Enquanto isso, do patamar da igreja, eu procurava ver a Igrejinha da Barra. Não conseguia, os mangues me impediam. A Capitania dos Portos, numa preservação ao meio ambiente, não permitiu que outro Chico Amâncio podasse o manguezal.

[…]

Finalmente, a apresentação. Além dos aplausos do público, Dom Marcelo recebeu calorosas palmas de uma turista francesa, acompanhadas do incentivo:

─ Bravo, monsieur.”

(*) Os grifos em negrito são nossos.

A igreja matriz de Areia Branca sempre fez parte de nossos interesses e vivências desde quando ainda pequeninos. Quase todos nós fomos ali batizados, e muitos de nós retornamos à nossa referência como casa de oração logo que pisamos o solo areiabranquense. É sempre a primeira visita.

De nossas casas ouvíamos as batidas do sino da velha igreja a nos convocar para os eventos religiosos. Em outros momentos, três batidas em sequência nos comunicavam que alguém havia morrido. A primeira era grave e longa, seguida de dois toques curtos e agudos. Saber quem fora tornava-se a conversa daquele dia, fosse em casa, no trabalho ou na rua. Logo a cidade inteira seria informada por quem os sinos dobravam.

Muitas escolas da cidade – como o Círculo Operário – chegavam a exigir que seus alunos frequentassem a missa aos domingos, e logo na segunda-feira cada escola sabia quem havia faltado.

Sempre achei a frente da igreja – frontispício – com cara de esfinge, seja por sua sisudez ou pela postura serena na beira do cais, tomando conta do rio Ivipanim e do manguezal que o protege dos dois lados.

Pela primeira vez tenho em mãos uma foto reveladora. O telhado de nossa igreja

Reproduz perfeitamente o formato de cruz. Uma grande cruz que abençoa uma cidade planejada desde o início. Mas este fato somente agora vem demonstrar a preocupação dos construtores da nossa igreja.

plano-piloto-desenhos

Em Brasília, o rabisco de uma cruz em forma de avião, e o primeiro cruzamento. A cidade.

2017-02-13-photo-00000625Foto Dario Lima

Em Areia Branca, a descoberta de uma cruz no alto da igreja, que nos encanta, em uma cidade igualmente planejada. A paz.

EvaldOOliveira

Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN

maio 2024
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