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Em 2009 escrevi essa crônica a respeito de Chico Novo (https://areiabranca.wordpress.com/2009/10/01/chico-novo/). A crônica foi motivada por este comentário que ele deixou no blog: https://areiabranca.wordpress.com/about/#comment-593. Isso mesmo, além de primo distante, ele é meu padrinho de casamento.

Agora, instigado pela crônica de Evaldo (https://areiabranca.wordpress.com/2020/06/19/chico-novo-uma-lembranca/), volto ao sujeito. Atenção, “sujeito” aqui no sentido do idioma shakespeariano, subject, e também em nosso vernáculo, como nos ensina o mestre Aurélio: assunto, tema. Executado o exibicionismo, coisa que Chico Novo jamais faria, e pelo contrário sempre esteve entre seus favoritos para praticar o fino e sofisticado desdém, vamos ao lero-lero que é por onde sei navegar.

O quê mais posso acrescentar ao que escrevi naquela crônica decenária? A história da música, relatada por Evaldo me foi contada por Chico Novo, em um dos nossos inúmeros encontros no Rio de Janeiro, início dos anos 1970. Disse que jamais voltaria a Areia Branca porque lhe fizeram chorar com aquela música.

Fizemos o ginasial em Natal, eu no Marista e ele no Ginásio São Luiz. Ele morava com os pais de seu primo Roberto (que virou médico), na rua Santo Antônio. Eu, não muito longe dali, morava com meus avós na travessa Paula Barros, pertinho da Casa do Estudante.

Uma vez, depois das férias de fim de ano, viemos juntos no carro do Sr. Belo, de Mossoró. Não lembro qual era o adulto que nos acompanhava. Os três adolescentes, Chico, seu primo Raimundinho de Vicência e eu. A certa altura fizemos uma “guerra” de coca-cola. Balançávamos as garrafas e jogávamos o jato pressionado nos outros. Não tenho ideia do trabalho que deu para limpar aquela sujeira toda.

Chico Novo foi fazer o científico no Rio, onde ingressou no curso de engenharia química. Foi colega de turma de Ivan Lins. Isso mesmo, o cantor-compositor. Acho que ele, Ivan Lins, não concluiu o curso. Foi nessa época que voltei a ter contato com Chico Novo. Não lembro se na época do científico nos encontramos. Quando em 1970 fui estudar na PUC-RJ, visitei Chico Novo no alojamento de estudantes da UFRJ, na Praia Vermelha. Começamos uma era de verdadeira esbórnia nos fins de semana. Chico Novo usava o apartamento de Ademir Calazans, na Glória, para a concretização de suas conquistas nos bares da Lapa. Eu fazia isso no meu apartamento do Catete, entre a Dois de Dezembro e a Andrade Pertence, passando pela Corrêa Dutra. Não acho conveniente entrar nos detalhes.

Um certo domingo fomos visitar Axel de dr. Gentil (In memoriam). Não lembro em qual localidade da zona norte do Rio. Era longe. Só lembro que depois do almoço, meio da tarde, Axel trouxe uma bacia cheia de laranjas que consumimos no ritmo das lembranças salinésicas. Era uma época na qual laranja era apenas uma fruta.

Depois que fui morar em Porto Alegre, uma vez recebi a visita de Chico Novo, que trabalhava no Instituto Brasileiro do Petróleo. Se não me engano foi dar um curso na capital dos gaúchos. Depois disso, me encontrei com ele uma única vez, na casa de seus pais, em Neópolis, quando ele já estava de volta, morando em Parnamirim, e meu pai com uma surdez aguda, e seu pai com dificuldade para falar. A cena foi relatada na crônica (https://areiabranca.wordpress.com/2009/10/01/chico-novo/)

Antônio José, Décio de Pascoal e eu planejamos algumas vezes visitá-lo em um sábado, para tomarmos umas biritas na sua casa. Planejamento ainda não executado.

Caros leitores, pesquisadores, memorialistas e colaboradores que visitam e promovem o blogue “Era uma vez em Areia Branca”,

sou Gibran Araújo, areia-branquense há mais de um século, com inexperientes 23 anos de idade. Apesar de eu ser estudante de Engenharia de Energia da UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi-Árido, antiga ESAM, eu gosto sobretudo de ler, pesquisar, conversar e escrever sobre a história, a fotografia e a genealogia de Areia Branca. Despretensiosamente, um dia quero ser engenheiro assim como o grande sertanista Euclides da Cunha era, e ainda assim gostar de história e de escrever como ele gostava.

É com muito prazer que aceito o convite para publicar os meus trabalhos literários neste espaço que há muito tempo tem sido um recanto, um recurso, uma fonte infinita e inesgotável para minhas pesquisas e compilações de informações de Areia Branca.

Este blogue já me proporcionou muitas coisas boas, inclusive um grande orgulho pela minha terrinha, com o que conta os escritos de Marcelo Dutra, de Othon Souza, de Evaldo Alves de Oliveira, de Francisco Rodrigues da Costa, de Antonio José de Góis, de Antonio Fernando Miranda, de Carlos Alberto dos Santos e de tantos outros, inclusive os escritos de rodapé dos comentaristas, alguns até anônimos, e os registros visuais dos fotógrafos, como o saudoso Antonio do Vale Souza, este sim foi, e ainda tem sido, o nosso recurso mais utilizado desde sempre. Suas contribuições são inefáveis.

Caro primo terceiro, Dr. Carlos Alberto, muito obrigado pelo convite, e principalmente pela atenção e estima com que tem recebido e prontamente respondido às minhas correspondências. Somos primos terceiros, pois meu bisavô Manoel Pedro de Araújo, conhecido, por causa de seu ofício, como Manoel Ferreiro, era irmão de sua bisavó Maria Engrácia, casada com Pedro Ferreira de Medeiros. Assim, temos em comum o casal de trisavôs, ou terceiros avós, João Pedro e Engrácia, que apesar de serem primos, receberam a dispensa de consangüinidade e se casaram no dia 25 de novembro de 1869 na Fazenda Amparo, por onde moraram e deixaram descendência. Na época essa fazenda se situava no território do município de Caicó, hoje o território pertence ao município de Jardim de Piranhas.

Já que infelizmente não vivi os Anos de Ouro da portuária Areia Branca, e ainda sou de tenra idade, portanto não tenho memórias de outrora por assim dizer, aproveitarei este espaço concedido neste blogue não para memorialismos, mas sim para publicar aperiodicamente artigos e crônicas que versam, principalmente, sobre a história e a genealogia areia-branquenses. Há ótimos livros publicados sobre Areia Branca nas bibliotecas, nas livrarias.

Há tempo, pesquiso e compilo informações e obras que tratam de nosso município e região. Ultimamente com a perda de ilustres e queridos escritores de nossa terra, como José Jaime Rolim, Antônio Silvério e mais recentemente Deífilo Gurgel, eu me vi obrigado a transformar uma pesquisa inicialmente particular em algo público, modestamente tentando manter acesa essa chama do amor pelos escritos de Areia Branca que não pode se apagar jamais. Foi uma conseqüência, não uma escolha. De qualquer modo não pude me acovardar. E agradeço sempre por ter tido tais grandiosas oportunidades. Hoje me orgulho ao saber que, por exemplo, uma professora do ensino infanto-juvenil das escolas públicas utiliza, para dar aula sobre Areia Branca, os meus textos publicados em O PIRATA – Jornal Cultural da Ilha da Maritacaca, onde disponho de uma página para tratar da história local. Eu me sinto bem em poder contribuir indiretamente para a formação da opinião crítica dos jovens areia-branquenses. Me sinto como alguém vivo na sociedade, podendo contribuir minimamente para sua melhoria, e para o reconhecimento e o engrandecimento das virtudes de Areia Branca, mas é claro que sem bairrismo exacerbado.

Até mais.
Muito obrigado pela atenção.
Até a próxima publicação.

 

 

O autor Gibran Araújo é membro da Academia Apodiense de Letras – AAPOL, eleito como sócio correspondente pelos imortais por seus relevantes serviços prestados à genealogia potiguar.

Dessa vez contada por Antônio José.

Quando Zé Costa saía para a farra, sempre respondia a reclamação de Maria Duarte com a tirania de quem se achava gostoso:

– Minha volta é por cima. Se me quiser é assim!

Depois do AVC, não mais podendo sair de casa para cumprir os desígnios de Baco, o deus do vinho e das festas, e a missão de Don Juan, o conquistador de Sevilha, transformou-se num cordeirinho humilde. Quando Maria Duarte, muito religiosa saía para a missa, ele implorava:

– Volte logo, não fique conversando na igreja após a missa!

Certo domingo Maria ficou além da conta. Quando chegou, Zé Costa apertado, doido para fazer xixi lhe pediu o penico. Com o dito cujo na mão, Maria Duarte, com muito humor, vingou-se:

– Arra, a volta quando veio foi por baixo!

Laurinho é preguiçoso como Dorival Caymmi, e assim como este tem o gênio da música nas veias, o filho de Chico Paula tem na genética a marca humorística do seu tio Dijesus. Mas esse meu amigo de infância, a quem ensinei muitas traquinagens das crianças de rua, lá no início dos anos 60, insiste em não ser colaborador efetivo do blogue. Parece que nem chega a ter inveja de Evaldo, que quase sozinho segura a peteca do nosso time. Ainda bem que o blogue tem seus espiões, e numa dessas missões, Antônio José, codinome Azé, ouviu do dito cujo o seguinte causo sobre Zé Costa.

Com aquele jeitão bonachão, Zé Costa era muito mulherengo, raparigueiro e boêmio, atributos que lhe escaparam depois de sofrer um AVC. Costumava andar de cadeira de rodas, empurrada pelo seu filho adolescente, Zé. Teimoso como uma mula, um dia resolveu sair sozinho, depois de uma boa chuva. Aquela boa chuva que formava a célebre lagoa de um palmo de profundidade, no fim da rua do meio, no cruzamento da antiga rua dr. Almino (atual deputado Manoel Avelino). Aconteceu o que não é difícil de imaginar: Zé Costa caiu na lagoa. Chamaram sua mulher, Maria Costa, que ao chegar e vê-lo todo sujo naquela “poça” d´água disparou, sem dó nem piedade:
– Como é que um marítimo, mestre de barcaça, fica morrendo afogado em uma lagoa de um palmo?

Os meios de comunicação de massa costumam fazer retrospectivas nas edições de final de ano. Com mais de 77 mil visitas desde que foi criado, em novembro de 2008, este blogue, mesmo dirigido a uma comunidade muito específica, não deixa de ser um meio de comunicação de massa. Então, vamos a uma retrospectiva histórica. Mas, com apenas dois anos já é tempo de fazer uma retrospectiva histórica? É sim! Mas, não é a escala temporal que justifica a retrospectiva, é a densidade de conteúdo e a profunda e intensa atmosfera emocional que tomou conta do blogue. Uma atmosfera cheia de sentimentos de amizade e alegria pelo reencontro de velhos amigos e pela descoberta daqueles que, em tempos idos circularam nos mesmos espaços, e quase simultaneamente, e não se fizeram conhecidos, pelo menos com a intensidade que a memória não desvanecesse.

A frieza da estatística (242 artigos e 1.484 comentários) nem de longe retrata a carga emocional desses encontros e reencontros proporcionados por este espaço virtual, que nasceu de uma troca de mensagens eletrônicas com Marcelo Dutra. Não consigo reproduzir a ordem dos eventos. Sei que visitei o blogue da sua irmã, Márcia, onde li um extraordinário texto sobre seu pai, o doutor Vicente e visitei o blogue de Marcelo, onde li um texto sobre Dona Ritinha e Doutor Gentil, que não consigo mais localizar. Sei que coloquei um comentário perguntando se eles eram filhos do doutor Vicente, de Areia Branca. A troca de mensagens veio depois da resposta de Marcelo, exatamente no dia 6 de novembro de 2008, e no dia 28 resolvemos criar o “Era uma vez em Areia Branca”, noticiado no seu blogue e no meu.

Os dois primeiros textos foram A memória é curta e turva, uma crônica que eu havia publicado no jornal Primeira Mão, editado por Luciano Oliveira em 1998, e Saudades de dona Ritinha, o texto que originou meu contato com Marcelo.

Quando o blogue completou dois meses, Marcelo publicou um texto do seu irmão mais velho, Marconi, sobre a escola de Dona Julita. Foi o primeiro sucesso em termos de comentários. Entre os que ali se manifestaram cabe destacar a entrada triunfal de Dodora, para fazer jus ao título de Menina do Pastoril que recentemente lhe atribuiu Chico de Neco Carteiro, em seu magnífico livro Caminhos de Recordações. Os comentários de Dodora nos sensibilizaram de tal maneira que resolvemos transformá-lo em crônica. Desde então essa menina sapeca de 72 anos tem sido presença constante, agradável e indispensável em todos os cantinhos desse blogue.

Não menos triunfal foi a entrada de Antônio Fernando Miranda, poucos dias depois do início do blogue. Ao comentar um texto de Marcelo, Miranda, um menino da idade de Dodora, mostrou ao que vinha. Juntamente com Antônio José, é a nossa reserva memorial. Quando nossas capacidades se esgotam é aos dois que recorremos.

Othon Souza, nosso profícuo colaborador, manifestou-se pela primeira vez, fevereiro de 2009, com um comentário. No dia 3 de março daquele ano publicou sua primeira crônica.

Depois de entrar em contato para agradecer a referência que fizemos ao seu livro Reaprendendo a Brincar, Evaldo Oliveira, ou Evaldo de Zé Silvino, como era conhecido nos tempos que traquinava ali entre as ruas da frente e do meio, passou a disputar com Othon a posição de mais profícuo e comentado colaborador do blogue. Sua primeira crônica foi publicada em novembro de 2009.

Depois vieram os ilustres e bissextos colaboradores: Chico de Neco Carteiro e Marco Juno. Faço esta provocação deselegante com a esperança de que se encham de brios e nos brindem com seus maravilhosos textos em frequência capaz de mitigar nossa sede cultural. O “bissexto” aqui corresponde àquele traço que riscávamos entre dois meninos para incentivá-los a uma disputa física.

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