You are currently browsing the tag archive for the ‘15 de agosto’ tag.

Este ano, a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes foi programada com todo o rigor para ser curtida em casa, com a famílias e os amigos. Os eventos iniciaram na quinta-feira, 6 de agosto, com show de bandas forró. No dia 7, sexta-feira, foi a vez de grupos de pagode se apresentarem. As lives seguem até hoje, dia 14, e sempre acontecem no período da noite. Amanhã, dia 15, a prudência manda que as pessoas fiquem em casa. A prefeitura montou barreiras restritivas para evitar o acesso de visitantes, turistas, peregrinos e romeiros à cidade.

Convite Convite

De todas as minhas recordações da infância em Areia Branca, a Festa de Agosto é a que mais exige de minhas reminiscências. O povo nas ruas, a pracinha repleta de estudantes e adultos envolvidos pelo clima de festa que a todos envolvia. Era época de retorno de pessoas da cidade, de amigos distantes, de movimentação e alegria.

Neste 15 de agosto – Festa de Nossa Senhora dos Navegantes – não teremos as barraquinhas de tiro ao alvo, nem aquelas com bonequinhos de alfenim em formato de vaquinhas, mulheres, homens, meninos e meninas. Também não haverá barraca com suco de frutas, com maçã do amor ou guloseimas estranhas, com cheiro de xarope de groselha.

Pelas ruas, poucas pessoas se movimentando, no atendimento às orientações dos entendidos em pandemia. Nos bares, uma clientela sedenta e exasperada pelos limites impostos pela quarentena se prepara para um conhecido ritual, repetido nas noites quentes da Salinésia. A pracinha silente e vazia sinaliza que a agitação foi cancelada. Solidão e silêncio.

O rio Ivipanim, ao que parece, terá movimentação muito reduzida. A pandemia exige recolhimento e cuidados com a vida.

Porém não podemos deixar passar o dia 15 de agosto sem a emoção que flui do vai e vem das pessoas, dos reencontros, dos abraços. Aqui, alguns momentos da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes dos anos de 2013 e 2014, para que não esqueçamos de tudo que emana de um evento em que o sagrado e o profano se misturam em uma exigente amalgamação.

DSC01252

DSC01239

DSC02645

DSC02661

A festa. A fé. Os (re)encontros, agora em casa. A alegria de um povo.

Sejamos, todos, fômites do bem, transmitindo confiança e fé no que virá.

EvaldOOliveira

Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN

 

Era uma quinta-feira. O dia, 15 de agosto. Apesar dos esforços, a viagem para Areia Branca não se concluiu. Fui abduzido pela emoção em família, e São Paulo ganhou esse Cabo de Guerra pessoal. Assim, com letras maiúsculas.

Em São Paulo, aquela lembrança grudada em mim. Lembrança da Rua da Frente, de Upanema, da pracinha àquela hora repleta de pessoas, de conversas,  de risos, de gritaria. Enfim, de alegria. Algo colado em minha lembrança avisava: Na tarde de hoje vai acontecer a procissão de Nossa Senhora dos Navegantes. Resolvido: Eu sairia em busca de algo que não deixasse brechas na lembrança dos lados de lá. E fui conhecer a Casa de Vidro.

A Casa de Vidro é uma residência construída pela arquiteta Lina Bo Bardi, cujo nome de batismo era Achilina Bo. Ela ganhou seu último nome ao casar-se com P. M. Bardi. Lina também foi responsável pelo projeto arquitetônico do Museu de Arte de São Paulo, o Masp.

PHOTO-2019-08-15-18-44-59Casa de Vidro

No período de 1951 a 1955, Lina Bo Bardi construiu uma casa para morar. Essa Casa de Vidro tornou-se ícone da arquitetura da época, por suas características únicas. Era toda de vidro. De alvenaria, apenas a parte íntima no interior da casa. Chamou-me a atenção o vão livre da parte anterior da construção, sustentado por canos de ferro. Uma ousadia.

Depois do almoço resolvi retornar ao Masp, edifício também construído por Lina, como já reportei. O prédio do Museu de Arte de São Paulo possui um dos maiores vãos livres do mundo e o segundo maior vão livre do Brasil, com 74 metros entre os pilares.

MASP_BrazilAli no Masp, e depois de visitar a Casa de Vidro, lá vem o grude da memória e me arrasta ao Sobrado de Taipa de Zé Filgueira. O Sobrado de Taipa tinha as paredes e o piso superior construídos de barro e tronco de carnaubeiras. Não se sabe se, no Brasil ou até no mundo, exista outro prédio de dois pavimentos cujas paredes e o piso superior sejam construídos com esses materiais. O Sobrado de Taipa foi citado no livro Areia Branca a Terra e a Gente, de Deífilo Gurgel.

sobrado-_thumb2Sobrado de Taipa

Masp, o segundo maior vão livre do Brasil. Casa de Vidro, ousadia nos anos 1950.

Se o tema é ousadia, eu entronizo nessa lista o Sobrado de Taipa de Zé Filgueira, prédio de dois pavimentos construído de barro e madeira.

EvaldOOliveira

Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN

junho 2024
S T Q Q S S D
 12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930

Para receber as novidades do blog