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Criança em Areia Branca, minha única viagem foi para Porto Franco, de trem, e para Mossoró, de ônibus. A partir de Natal, depois de alguns anos, iniciei minhas primeiras viagens pelo Brasil.

No ano de 1972, ainda cursando o sexto ano do curso de Medicina, em Natal-RN, realizei minha primeira viagem interestadual. Saí de Natal para Recife e de lá fui para Brasília.

O ônibus era de péssima qualidade, da empresa Princesa do Agreste. O motorista de reserva dormia em uma tábua amarrada sobre os três primeiros assentos, ocupando vagas de três passageiros. 

No interior da Bahia, conheci pela primeira vez um nevoeiro, fenômeno que quase não acontece em Natal. Tocado por essa novidade, chegamos a um local árido, de intensa pobreza. Jamais tinha visto algo tão feio e triste. Saí do ônibus e perguntei que lugar era aquele. Vale do Jequitinhonha. Acredito que hoje esteja melhor. 

Claro que o veículo quebrou no caminho, mas aos trancos, barrancos e o tanque de combustível furado, chegamos a Brasília.

No ano seguinte, depois da realização da prova para residência médica, um grupo de Natal foi de Brasília para o Rio, comemorar a aprovação, e eu fui com eles, retornando para Brasília. Na volta, ao parar em um posto para almoçar, já na Bahia, reencontrei o grupo em um ônibus muito bonito, parado ao lado do meu. Conversei com o pessoal e fiz minha mudança de ônibus, sem avisar ao motorista. Passados uns quarenta minutos de viagem, o motorista falou ao microfone: “A pessoa que mudou de ônibus na última parada deverá me procurar na hora da janta, para acertarmos o pagamento do restante da viagem”. E assim foi feito.

Ao chegarmos em Recife, no final do dia, jantamos e seguimos de ônibus para Natal. Cansados, um colega ofereceu um comprimido de um sonífero cujo nome nem cheguei a ver, tomamos e fomos para Natal. O dia já estava amanhecendo quando fomos despertados por um vozerio intenso, todo mundo saindo, e ao lado estavam alguns policiais rodoviários. Sem nada entendermos, já fora do ônibus ficamos sabendo que o nosso veículo fora assaltado por ladrões, no caminho, e somente nós quatro não fomos incomodado pelos bandidos, porque estávamos “apagados” pelo efeito da droga.

Viagens, imbróglios; dificuldades pelas estradas do Brasil.

EvaldOOliveira

Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN

Elvira acabara de chegar do Rio de Janeiro junto com a família. O pai era militar (da Marinha), e fora transferido para servir na Base Naval de Natal.

A família desdobra-se em providências para se adaptar à cidade, à casa e ao trabalho. Uma semana de folga ajudara na solução de alguns problemas da mudança, e Angelina já providenciara a matrícula da filha na escola, que ficava a duas quadras de sua casa. 

Os primeiros dias de aula passaram rápido, marcando o bom entrosamento da menina na escola. Os livros foram comprados, o uniforme providenciado. Tudo em ordem. O trabalho do pai na Base Naval estava entrando nos eixos. Tudo evoluía conforme fora planejado.

Segunda-feira da terceira semana. Angelina deixara a filha na escola e já retornara à casa, onde ainda havia muita coisa para pôr em ordem. Eram quase dez horas quando Elvira, descabelada e aos prantos, entrou em casa:

– Mamãe, na escola querem que eu faça um negócio estranho na aula de educação física! 

– Calma, filha. O que houve?

– O professor falou que nós íamos fazer uma coisa muito feia, chamada bundacanasca. Mãe, isso deve ser muito ruim!

Angelina pegou a filha pelo braço e se dirigiu à escola. Foi direto à sala da diretoria.

– Por favor, quero saber por que minha filha vai fazer uma tal de bundacanasca. 

Armênia, orientadora pedagógica, conduziu calmamente mãe e filha à quadra coberta, onde as crianças desenvolviam atividades físicas.

Veja, dona Angelina. Bundacanasca é isso. É o esmo que cambalhota. É uma volta que se dá com o corpo, de frente, uma espécie de rolamento, girando e voltando para a posição inicial.

Elvira, olhando desconfiada para a mãe, dirigiu-se ao local onde suas colegas de turma realizavam os exercícios indicados pelo professor de educação física. E faziam justo a bundacanasca.

A mãe combinou que não contariam ao pai o mico daquela manhã.

Mas que palavra estranha, hein!? – Confidenciavam as duas a caminho de casa.

EvaldOOliveira

Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN

Vanguarda é uma palavra que Areia Branca conhece bem. Por ser uma cidade em cuja rua principal corre um rio navegável, os iates que aqui aportavam traziam novidades que a caracterizariam como um local onde a novidade era quase uma constante.

A bicicleta chegou a Areia Branca na década de 1930, o que configura que esta novidade aportaria aqui cerca de 32 anos depois que surgira no Brasil, no ano de 1898. Nos anos 1950 a bicicleta já circulava em grande número pelas ruas da cidade, podendo ser alugada na pracinha em frente ao Palacete Municipal.

Com o transporte público não foi diferente. Na década de 1950 (?) foi inaugurado o sistema de transporte de passageiros para cidades próximas, como Mossoró. Na foto abaixo, sem data, pessoas em trajes elegantes se posicionam para uma foto histórica, que demonstrava o nível de desenvolvimento de Areia Branca, com a marca do empreendedorismo.Sopa Areia BrancaO professor Carlos Alberto nos relata haver viajado para Mossoró em um misto como esse da foto abaixo. Certamente, foi substituído pelo novo transporte que estava para ser inaugurado na cidade.

caminhaomisto

Nessa década, o Rio de Janeiro também comemorava a expansão do seu projeto de transporte público. A foto que se segue retrata uma elegante solenidade para expansão dos meios públicos de transporte, com a inauguração de uma linha de ônibus Rio-Petrópolis, na Rodoviária da Praça Mauá. O  charme e a postura das pessoas no ato denotam o valor político e social daquele acontecimento. Ali, a marca do que de novo havia no ramo do transporte público.

Inauguração

Década de 1950. Em Areia Branca como no Rio de Janeiro, a marca da evolução.

EvaldOOliveira

Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do RN

 

 

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